domingo, 4 de dezembro de 2011

Coisas de domingo



Existem certos sentimentos difíceis de evitar.
Há quem diga que é questão de escolha.
Eu acredito em impulsos neurais que forçam o acontecimento de alguma parte deles, os sentimentos.
Embora caiba em mim mais espaço para duvidar do que crer em qualquer balela.
Preciso de menos matéria, 
e mais ar.

Fluidez.

Anti-constatação.



Tem um céu de estrelas mortas lá em cima, e todas brilham mais que você.

Do que nós.


Deixarei de confiar na possibilidade cíclica pra mó de engrandecer a linha da verticalidade imaginária.
[para o alto e avante, sem exclamações]



Contatos.
Sem papos.
Isso não basta


A vicissitude da existência se baseia em um barulho estrondoso:
''não há (r)evolução sem caos''

Sou capaz ainda de acrescentar a falta de análise e a extensão horizontal do todo como forma nula.




Foda-se.
Mesmo que essa mesma extensão se solidifique, 
vou continuar sentindo 
Afinal
Lapso
Habita aqui.


Por enquanto.

sábado, 17 de setembro de 2011

Subversividade de meia-tarde

Das energias, as melhores
Dos estardalhaços, menos aços
Da quanticidade das congruências, as melhores possibilidades
De formas num todo inserido, os intrépitos desleixos
Num interím de confusibilidade
Da integridade da falta de ética
As verminosas afetividades
Na falta do bom senso, as intrínsecas vísceras exacerbadas
Dos odores, os mais fétidos
Do próprio âmago próprio, o mais denso e amargo e
dissolvível
Aargh
O não-fim
O descomeço
O amoral
A excessividade de paus
À instintividade da vulva
Às putas
Do insistema
De quaisquer impoema
Do horário a ser cumprido


Aos umbigos.




quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Desmemòrias de uma vadia que nao se vendia

Sobre o que eu nao deveria dizer e digo.
Da maneira mais incoerente do teu ponto de vista.
Sai assim, meio engasgado e mal mastigado,
o meu modo de expressar isso tudo aì que voce chama de 'minha opiniao'.
Nao sei, talvez se eu te ignorasse, teria um pouco mais de sua disputadissima atençao e ereçao.
Nao que eu a exige, nao é assim, espera e me deixe terminar;
Ta vendo? Voce me interrompe e eu perco o fio da meada.
Tudo bem, posso tentar começar de novo.
(silencio)
Isso nunca daria certo.
Vai, pode concordar comigo, eu sei que voce quer.
Nao ha necessidade de se fazer de rogado, vai.
Concorda logo e eu prometo nao te afrontar com isso.
Pode olhar minhas maos, meus dedos nao estao cruzados, ò.
Admitir ficaria menos feio.
Nao precisa realmente de ter medo de me magoar, juro.
Ja me acostumei com isso e voce nao vai ser o ultimo, acredite.
O que? Sinceramente é assim que voce pensa?
Ahh... entao eu acabo de mudar de ideia.
Aquela caracteristica, como se chama mesmo, ah sim, inconstancia. Essa mesma.
Apareceu 3 vezes no meu horoscopo deste mes. Sabia que era um sinal.
Ficou tudo mais confuso agora, nao é?
Nao seja tolo a ponto de pensar que eu me renderia a essa barba tua.
Pode parar de me olhar com essa cara, eu nao vou cair de novo.
Ta, so mais essa vez.
Essa cicatriz aqui?
Ué, foi voce.
Como nao?
Sua memoria anda gasta.
Ei, espera, volte aqui!
Voce falou que o ciume nao cabia em tua personalidade, que os teus outros adjetivos nao daria espaço pra algo tao desnecessario.
O que foi agora?
Porque esta virando o rosto? Olhe aqui, estou nua e desse lado de ca nao tem cicatriz.
Va, deixe aì tua marca, embora esteja claro que nunca serei tua propriedade.
Mas que porra é... voce ta chorando?
Nao me diga que é um cisco no olho, para.
Eu tenho alguma importancia em tua vida sim, senao voce nao desabotoaria teus olhos.
Pode e deve xingar mesmo, so que voce ja sabe que isso nao é ofensa pra mim.
Se voce me jogar contra a parede desse jeito de novo, os vizinhos irao reclamar, controle-se.
Veja bem querido, as minhas paredes nao sao à prova de som, portanto, grite mais baixo.
Nao destrua meu penteado sem antes meter com força isso que voce chama de pau, assim nao tem nenhuma graça.
Olha, desse jeito nao vamos conseguir gozar juntos.
Desista, assim eu engasgo.
Nao vai dar pra continuar com meu discurso se voce nao parar de apertar desse jeito meu pescoço.
Nao, voce nao esta me incomodando me deixando nesta posiçao, imovel.
Acalme-se.
Tudo bem, o banheiro esta com defeito, mije na minha cara. Minha cutis agradece.
So tome cuidado com o assoalho, meu sangue é meio denso e a empregada encerou todo ele hoje.
Estas velas estao pequenas, tem umas 4 maiores ali, na segunda gaveta à esquerda.
Minhas agulhas estao esterelizadas, pegue aquelas de espessuras diferentes, nao seja idiota.
Nao me venha com agradinhos.
Tua mao direita ja foi mais pesada.
Pétalas? Nao seja romantico.
Aonde estao aquelas pedras de cascalho?
Espera, isto aì nao é de brinquedo.
Ei, está carregada, pare, nao, aiai, eu concordo, eu assumo, eu admito, eu permaneço com a mesam ideia, mas nao faça isso!

(estrondo)




Assim termina uma saga de 5 minutos de uma imaginaçao literaria prostituida pelos encalços de um destino que nao se cruza com o caminho notoriamente sobrepujado de tenras lembranças de algo que so aconteceu dentro dele, do meu alterego.









terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

- Você tem um cigarro?
- Estou tentando parar de fumar.
- Eu também. Mas queria ter uma coisa nas mãos agora.
- Você tem uma coisa nas mãos agora.
- Eu?
- Eu. 





C. F. Abreu











segunda-feira, 17 de janeiro de 2011



Eu nao sei se ficar so em demasia é que provoca um estranho habito de evitar pessoas comuns e normais de mais, 
Embora meus surtos sejam sutis aos olhos nus (somente em dias uteis), 
poupo-me algumas vezes e conjugo a solidao.
Cigarros e vinho e cigarro e cerveja e cigarros e tudo o que voce se permitir fazer quando nao ha ninguém mais ao redor.
Destas partes da vida que a gente fica insistindo em manter um tempo a mais, sabe-se la por qual razao, entende?
E' incrivel como nesse século, donde quase tudo se recicla
algumas pessoas se tornaram tao descartaveis.


embora de uma matéria quase sempre nao renovavel.